domingo, 20 de novembro de 2011

Sentidos...


        Por um segundo ele até desejou não ser tão apaixonado, tão apegado, tão carente. Mas talvez a vida tivesse um pouco menos de graça se não fosse assim... tão intensa. Como se cada segundo que se desenhasse à sua frente fosse determinante. Cada pessoa, única. Cada beijo, indispensável.
Talvez ele até quisesse pedir desculpas. Mas pedir desculpas por quê? O fim deveria ser sempre esperado, e não desesperado. Um dia aprenderei essa valsa e aceitarei esse fato de todo coração. Mas para ele teria sido fácil demais se fosse assim. Então... perderia o encanto. Seria só mais um. Mais um encontro, mais uma noite, mais um amor, mais um fim.
        Não era mais um. Era um. Era singular. Complexo e eterno. Mas já não era amor. Era um bem querer que se queria tão bem, que lhe transbordava a alma. Um carinho tão imenso que já não cabia em si. Mas não tinha paixão. Nem era encantado. 
Ele queria o encanto. O proibido. O desengano. A ilusão de se ter dono de si. E quem o critica? Também eu achei que liberdade era o sentido de tudo. Mas quando percebi que não há sentido, a ideia de liberdade deixou de ser abrigo e tornou-se um lindo sonho bom.
        Sempre haverá braços para abraçar. E o sentimento de amor estará por dentro dele. E será de um amigo, de um irmão, de um confidente ou até de um novo amor... quem sabe? E quando ele perceber que está tudo normal de novo, que o dragão que o afligia e lhe perturbava o sono se foi, ele vai sair em busca de algo novo. Um novo sentido. Um motivo que o leve para um novo lugar.  Novas caras. Novos ares.  Um novo querer. Ora! Quem o condena? Quem nunca quis viver?

Nenhum comentário:

Postar um comentário