domingo, 31 de outubro de 2010

A humildade do silêncio....



        Vamos combinar uma coisa? Toda vez que me vires triste não diga que "vai passar"! Se não tiver nada a dizer, simplesmente não diga. Não simplifique as coisas dessa forma. As coisas não são tão simples assim. Me diga algo de novo, algo consistente, ou apenas se cale. As pessoas precisam começar a ter humildade de admitir que não podem resolver todos os problemas... os seus e os dos outros. Se não tem o que falar, me dê uns tapinhas nas costas, me diga... "é... a vida é assim"... só pra quebrar aquele silêncio que incomoda. Mas não diga, em hipótese alguma que "vai passar". Eu sei que vai passar... qualquer tolo vê isso! O problema não é esse... O problema é: o que fazer enquanto não passa? 
        

        Eu jamais perguntei isso pra ninguém em nenhum momento da vida, mesmo para as pessoas que insistiam em dizer... "calma.. vai passar"..., simplesmente porque tive a consciência de que dizer isso deixaria a pessoa calada pelos próximos longos minutos. Mas temos que entender uma coisa: todo mundo tem problemas. Alguns sabem o que dizer, outros não. Se você souber, diga, porque com certeza aquele amigo precisa ouvir coisas que o tirem do triste lugar aonde ele se encontra. Mas por outro lado, se não sabe o que fazer ou dizer, não faça. Talvez dê um abraço... mas não force a barra! O fato de você simplesmente não saber como agir não quer dizer que você é um amigo ruim, ou pouco atencioso. Quer dizer que vc é humilde a ponto de admitir que não pode ajudar um amigo da forma que ele precisa. Mas você estará ajudando da melhor forma que você pode. E você não imagina como isso é grandioso!


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Arme-se! A guerra já começou, você não vê?!



        Tirei alguns minutos para pensar naquelas pessoas que temem o desconhecido.
        Pensamos que só nós sabemos como é isso, mas, na verdade, todo mundo sabe como é. Todo ser que se diz humano sofre desse mal. Temer o desconhecido é regra de etiqueta, é lei natural.
         Pior que temer o desconhecido, é ser o desconhecido e saber que temem à você. Você sabe que não representa mal a ninguém, mas e daí?! As pessoas já se armaram pra te combater.  Pra combater esse monte de coisa que você representa, que nem se sabe o quê... mas vão combater.
        Imagino ainda a cabecinha daquelas pessoas que sempre viveram certezas tão certas, que aposentaram suas armas contra o incerto, o indeciso, o desconhecido. E a única arma que ainda possui é uma tão ineficaz... é fingir. Fingir que não viu, não ouviu, não entendeu... Mas o preço dessa inútil arma sempre é aquela lágrima quente e cortante.
         Mas vai lá... Arme-se! Arme-se como puder! A guerra começou! É mais fácil ser assim mesmo. Eu bem que queria conseguir simplificar as coisas dessa forma, mas não... gosto dos desafios! 
        Tenho que admitir que armas eu tenho muito poucas, se é que ainda me resta alguma. Mas atente para uma coisa: Armar-se é diferente de não saber lidar. Eu não sei lidar com muita coisa, muita mesmo... não é brincadeira! Mas deixa estar... é melhor que pensem que me armo constantemente... talvez assim não queiram me chamar pra combate... certamente sairei derrotada. Pois acredito que mãos não foram feitas para bater, mas para acariciar... braços não foram feitos para agarrar à força, mas para abraçar... bocas, para beijar... olhos para que possamos pelo menos tentar entender a verdade daquele que nos espia.
        Acredito nas pessoas. Posso até me desiludir algumas vezes... Mas prefiro sempre acreditar nelas... E me sentir um pouco mais humano... sempre que possível.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A carta

Nesse momento, meu caro amigo
Escrevo-lhe para dizer que morri aqui
Cansei do meu trabalho
De manter-me sempre informado
Estou farto

Já cheio de toda essa discórdia
Toda essa falcatrua
Toda essa denotação enganosa
Essa política imatura

Essa guerra civil ociosa
Imensa e total força bruta
Tanta invenção espantosa
Há pessoas sempre na escuta

Desisto, enfim, dessa vida contraditória
Comprei novos pares de óculos e
Optei, finalmente, viver fora da moratória
Quero estar sem a atualização diária
Viver fora do contexto é minha atual história.