Misteriosamente do olhar se fez engano
E das bocas unas, veneno e pranto
Havia um quê de dúvida na sensação de prazer do mundano
Mas era somente dor, sofrimento e espanto
Então da fé se fez lágrima
e da lágrima singelo canto
Sufocado, apertado
Silenciado por entre as grades do profano
E no poema cantado sem rima
Beatifico-me pecador e santo
Subjugo-me à árdua ilusão do encantado
E me acorrento, me amordaço e me faço tirano
A face já não resistia à força da carabina
E o corpo já desfalecia ao quebranto
O que sangrava por dentro era transviado
E o que jorrava pra fora era amor puritano
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Descrença
Eu recordo as suas palavras e tento ter certeza do momento em que tudo virou mentira. Em que segundo, seu olhar se desviou do meu e levou embora o que outrora eu fora capaz de chamar de alegria. Iludira-me. Simples assim. Com suas carícias não tão sinceras, com seu abraço não tão verdadeiro, com seu olhar falsamente apaixonado. E eu já não era eu... era somente meu rastro.
Recordo-me de um tempo em que eu me transbordava. Era repleto, completo e não havia mágoa. Depois, eu já não enxergava. Em minhas vistas havia somente lágrimas. Algumas felizes, outras estampando uma tristeza cálida. Sou do tipo que relê cartas e relembra juras de amor... só pelo prazer efêmero do esboço de um sorriso e do acalento ao coração que de tempos em tempos se prende e se amarra.
Hoje não sinto aquelas dores que me apertavam o peito antes de dormir. Nem aquela tristeza cortante que me arrebatava nos dias de chuva. Hoje, acredito não haver mais mágoa. Pode ser que seja um mal passageiro, ou a aceitação do fim desse conto de fadas. Ou talvez eu só esteja cansada. Cansada de crer nessas histórias de amor mal contadas.
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