sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Me preocupa

Quando tocar a nossa canção, me faz um favor?
Me tira pra dançar
Você dança tão mal
Mas dançamos tão bem quando juntos.


Quando o monótono pôr-do-sol chegar, lembra da foto.
Aquela que tiramos quando o pôr-do-sol ainda não era monótono.


Quando se sentir só, venha rápido e ligeiro!
Meus braços foram feitos sob medida para o seu abraço.


Quando te atingirem as doenças do corpo ou da alma, não se esqueça!
Eu tenho a fórmula certa pra curar os seus males.


Mas o que mais me preocupa...

Quando eu notar que o melhor de mim estava em você, você me deixa voltar?
Me deixa ser seu novamente.
Me deixa ser eu outra vez.





quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pensamentos aflitos

        No que consiste uma traição? É um ato, ou uma atitude? Um deslize ou um costume? Uma parte, ou o todo? É um tapa na face ou um falso carinho? É o cotidiano ou um evento específico? É uma cena, ou a peça inteira? É só a esquina, ou todo o caminho?

        A relatividade da traição já é um dilema por si só. Trai-se pessoas, sentimentos, ideais. Não será mais vantajoso ter um amigo leal a ter um amigo fiel? A fidelidade precisa de somente uma oportunidade pra ser quebrada. A lealdade pode quebrar a fidelidade quantas vezes for preciso. Ela permanece a mesma. Intacta, inteira, plena.

        Não me venha com palavras amigas. Tenho desconhecidos suficientes para me acolherem por alguns minutos e me darem tapinhas nas costas. Quero o abraço que  abraça a alma. O carinho que faz dormir. A palavra que faz crescer (mesmo que faça uma ferida latente). Tudo bem, também sou latente... sou vertigem. Sou prazer oculto nas férreas grades do rubor da face que me enseja. Sou um todo em construção.

       Construção sempre em frente.. quebrando muros e construindo jardins. Hoje grito para que possas me ouvir, mas o muro entre nós, não fui eu que construí. Nem sei como foi parar aí. Mas tudo bem, quero nos meus jardins somente as flores que eu puder cuidar. Nada além disso. Flores sem espinhos... pois não usos luvas de proteção. Fui ferida algumas vezes e as cicatrizes hoje são uma doce canção que às vezes esqueço de ouvir para ganhar outras canções. 

       Quero somente o olhar verdadeiro, mesmo sem palavras. O embalo da canção e um ombro no qual eu possa repousar meus pensamentos às vezes insanos, às vezes aflitos. Não quero espinhos. Quero um ninho. Um espaço reservado para receber meu carinho. 




domingo, 14 de agosto de 2011

O ônus do bônus

Ah! Que azar!
Você já estava do lado de fora quando resolveu ficar.
Estava do lado de fora da alma
Do outro lado da rua
Esperando no cais um barco que não vai voltar


Quanta ironia desse tal de destino
Te dá, te toma e depois vem te cobrar
Te molha a boca no pecado do mel
E depois te deixa o infortúnio de mar

Mas porta que se fecha por dentro
É mais difícil de alguém arrombar
Pois todo dia se inicia com um sol
E depois a lua vem acariciar


Ah! Que azar!
Perdestes a primeira aula da escola da vida
Não sabes que todo bônus tem seu ônus?
E que não adianta correr pra onde quer que se vá
A cada ponto há uma parada.
E a cada parada, um novo ar.


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Parte de mim

Olá, querido!
Escrevo essa carta porque sinto saudades de ti.
O barulhinho dos seus passos aflitos e sua gargalhada sem motivo me fazem falta.
Mesmo nunca tendo ouvido

A despedida não foi dolorosa.
Doloroso é ter que lidar com a ausência.
A falta da expectativa...
A espera que me era tão comum

Hoje és apenas um lastro de lembrança
Um sonho bom que se foi.
E mesmo nunca lhe tendo abraçado, meus braços serão tua morada

Haverá sempre dois corações a bater por ti.
A espera de sua chegada incerta nunca me foi tão dolorosa.
Nosso encontro há de demorar
Mas sei que está no por vir.