segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sua boemia

        Admitindo todo o meu despeito e egoísmo, peço que pares de sorrir para esses olhos alheios. Não podes iluminar caminhos  que não sejam os que trilham meu pés. É entre as vírgulas do seu sorriso que perco o juízo e a mente, me lanço no submundo dos sentimentos mais sórdidos e cada segundo é contado por uma estrela cadente, decadente... lua crescente.
        Se lançardes nas ruas, à procura de um encontro casual, teu corpo e teu sorriso de menino, me encontrarás num encontro ocasional e genuíno. Eu nem te esperei ali, por horas e horas a fio. Somente estarei passando e, no final, nos teremos... como à taça, pertence o vinho.


        Mas se sua diretriz ainda não foi traçada, prazer... eu sou a boemia. E numa troca justa, enquanto me iluminas com os raios de sol de seu sorriso ardente, lhe ofereço a luz da lua refletida em meu corpo, todas as vezes que a lua resolver se esconder, e lhe dou a malandragem da rua quando, na lua,  você resolver se perder. 
        Mas perca-se somente nas ruas de minhas estradas, sob luz da lua ou de letreiros piscando em brasas. E não se preocupe com essa coisa de se perder. Pode deixar que, no final, eu te encontro e te levo pra casa. Você, esse teu sorriso e essas vírgulas da minha estrada. Entretanto, o final de tudo será bem no fim, no lento piscar desses olhos então já cansados. E talvez esse piscar não seja um fardo... e o final não chegue assim tão rápido.