sexta-feira, 18 de novembro de 2011

De dentro pra fora


        Foi exatamente naquele dia que você partiu. Não foi no dia que você se foi nem no dia que eu lhe disse adeus. Foi no dia em que eu te deixei ir. Você simplesmente deixou de fazer parte da parte boa que havia em mim. Eu não sentia mais seu perfume entranhado em minhas roupas, já não havia mais fios seus em meu travesseiro. Até o porta-retrato que outrora eu dividia contigo, hoje é só meu.

       Fiz uma faxina! Joguei tudo que não fazia bem pro lado de fora. Suas coisas, pra fora da casa. Sua imagem, pra fora das vistas. Sua presença, pra fora da cama. Sua carícia, pra fora da lembrança. Sua alma pra fora de mim. Hoje, só eu me habito. Não há excessos, nem vazios. E sinto-me bem assim. 

       Ainda há dias em que te espero chegar, mesmo sabendo que não virás. Então durmo com os olhos cansados. E o rosto levemente molhado. Mas, ironia ou não... Hoje já não dói como outrora fora capaz. Decidi afastar-me de tudo que me prendia e me atrasava. Sinto muito... você também ficou pra trás.

Um comentário:

  1. Jura que se livrou dos excessos? Eu exacerbo os "mais" e deixo-os exarcerbar em mim.

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