terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Carta a um amigo

        Torço para que esta carta chegue veloz até suas carinhosas mãos e que possa logo ser lida por seu doce olhar. Pois em meu peito corre ligeiro essa imensa vontade de te agraciar com a mais verdadeira palavra e o mais sincero carinho que eu for capaz de dar.
        Desculpe-me pelas duras palavras. Os tapas que até hoje lhe dei foram bem mais pesados em minha face. Disso, certo pode estar. Sei que sou doce, mas às vezes posso ser amargo. Tudo que faço é tentar ponderar.
        Obrigada por admirar minha beleza, sobretudo aquela que só você vê. Obrigada por não odiar meus defeitos. Obrigada por não me odiara diante de tantos defeitos.
        Obrigada pela mensagem inesperada, pelo poema que fez pensando em mim, pela música que está a compor e por sua presença sem falhas. Um dia tentarei ser assim.


        Obrigada pelo lanche, pelo carinho, pelo abraço calado, por me aturar quando até eu queria fugir de mim. Obrigada por me deixar sentar no seu chão, dormir em sua cama e chorar no seu colo. Obrigada pela mão estendida, pelo olhar que precede a briga, pelo seu eterno olhar que acaricia muito além do corpo... liberta a alma e dá vida.
        Desculpe-me pelas falhas, os telefonemas não atendidos. A blusa que não devolvi e, algumas vezes, a falta de carinho. Mas vamos admitir! Aqui, falar de amor é habitar lugar comum. Com você habito o não-lugar. Esse espaço que criamos, onde a fala é suprimida... onde nós já nos sabemos pelo simples ato de olhar.

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