terça-feira, 16 de novembro de 2010

Bicho papão... vai te catar!


        ...aí vc acorda!... Nossa! Os dias que se passaram foram realmente um pesadelo! Mas sempre tem o dia do despertar... quando você olha pela janela e vê que as andorinhas ainda estão por alí...  você até sente vontade de comer alguma coisa, de colocar seu rosto na brisa, de escrever uma carta (que provavelmente você não irá mandar), de ler um desses livros bobos que falam dessas coisas bobas, como o amor.
        Aí vc se senta no sofá, e dá um longo suspiro de... alívio. Parece que o bicho papão que morava em baixo da sua cama resolveu se mudar pra Sibéria, e por recompensa pelos dias de aflição e noites mal dormidas, te deixou flores na cabeceira que perfumam não só seu quarto, mas todos os lugares por onde você passa. 
        Como é boa essa paz que te arrebata e te permite pensar racionalmente outra vez. Que te resgata à realidade sem te ferir. Que te dá pouco, te pede muito, e mesmo assim você se sente feliz. É bom sentir o coração bater sem saltitar, é bom respirar sem ofegar, é bom caminhar sem pressa e se deixar levar pela bela vista que te cerca. É bom possuir novamente o poder de traçar seu caminho, e mudar de caminho quando então lhe convier. 
         Há tantos lugares a conhecer, músicas a dançar, saltos a quebrar, camas a deitar... há tantos tantos... é tudo tão imenso e possível ao mesmo tempo. E pela primeira vez isso não me soa como incoerência, mas como indivisível. Duas partes de um corpo uno. Dois corpos num mesmo espaço. Quem disse que a física tem que concordar comigo?!... não falo de física! Falo de química, história, literatura, filosofia talvez... Pouco importa essa balela de "caia na real". Eu crio o meu mundo real todos os dias. E se posso optar por me mudar pra Sibéria ou permanecer comigo e sã, em mim... Acho que, por enquanto, prefiro escolher à mim!

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